“Meu nome é Lucimara Aparecida Diniz, moro em um pensionato faz um ano mês que vem. Sou do interior de São Paulo, de Oswaldo Cruz. Eu não tenho família, sou só eu e minha mãe. Meu pai me deixou, abandonou minha mãe quando eu era bem pequena e hoje ela é viúva, o marido dela não era meu pai. Tenho 39 anos de idade, faz 20 que trabalho aqui [no calçadão de Londrina, em frente ao Banco do Brasil]. Eu tive Poliomielite com menos de um ano de idade, por isso sou assim. Nos últimos tempos estou tendo uns problemas com a justiça, o juiz me colocou no olho da rua e ele não conhece minha situação, eu e minha mãe somos deficientes e casa para paralitico não existe, fiquei 18 anos nessa casa e fui despejada. Desde então, fico descrente de tudo e eu nunca me agradei com a justiça, hoje eu tenho desprezo por tudo isso. Nunca saí daqui [ de Londrina], é difícil de se locomover. O futuro, dentro de que eu vivo, o que eu posso fazer? Eu nem sei o que será de mim se alguma coisa acontecer com minha mãe. Todo mundo fala que quem não se da bem na vida é da classe P: Preto, Pobre, P*ta, e eu coloco o quarto P: de paralitico. A gente tem que ter muita força para aguentar a situação que se passa, até por que a gente não consegue reagir muito.”
LONDRINA – 7 DE ABRIL DE 2015

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