“Meu nome é Rafael Luiz Pereira, tenho 31 anos, sou de Campo Magro, minha vida dá uma história muito interessante. Eu fui criado pela minha vó, minha mãe não tinha condições de me criar. Minha vó disse que meus olhos eram bonitos e eu não merecia ir para um orfanato, porque você merece ficar comigo. Quando ela faleceu, eu comecei a me envolver com uma garota, comecei me envolver com umas paradas erradas, de drogas, aí a menina me trocou por um policial, eu achei que tinha que virar bandido. Esse policial me deu uma surra já. Comecei a me envolver com drogas, fui morar na favela. Minha família não me aceitava mais. Eu perdi quase tudo, cheguei no fundo do poço. Comecei a perceber que a vida que eu estava vivendo não era para mim, sou um rapaz direito, tenho tino de vendedor. Comecei a trabalhar numa lanchonete, depois de um tempo ela fechou, aí eu e minha prima compramos um carrinho para vender espetinho. E hoje, todo o meu sustento vem do espetinho. Tenho meu carro, minha casa, vou arrumando minha vida. O recado que eu deixo? A pessoa que faz algo errado tem que enxergar o que ela tá fazendo, fazer o bem para ela, começar a pensar nela. Aí tem que reconquistar a confiança da família e se valorizar. Eu quero mudança para mim, eu quero o bem para mim.”
JP – CURITIBA – JULHO DE 2015