“Meu nome é Luis Carlos de Oliveira. Sou nascido numa cidade paranaense cujo nome, quando eu nasci, era Presidente Castello Branco, só que antes de eu ter nascido essa cidade se chamava Iroí. Iroí se eu não me engano é um nome indígena, né? Eu me orgulho desse Iroí. É mais bonito que nome de presidente, porque a política no nosso país é muito suja. Não é por acaso que a gente para e conversa, se expõe um pouco aqui, porque meu sentimento é puro e simples: de cidadão. Hoje é mais fácil eu e você se conciliarmos aqui pra ajudar alguém do que pela política. Eles gostam de falar difícil. Dá nojo de um certo tipo de deputado, de senador, da presidenta… Nada contra as mulheres, nós precisamos delas. Eu liguei pra minha mãe agorinha. Ela se chama Ninfa Maria do Carmo de Oliveira. Coisa mais linda da minha vida. Minha mãe e meu pai são pessoas humildes, tão juntos ainda. A minha mãe é meu tesouro, é meu alicerce, é onde eu desabafo, é onde eu me abro. Eu comprei um Escortinho, europeu, e falei pra minha mãe. Quando ela viu, ela chorou. Hoje eu fiz um negócio que não polui a mente de ninguém: fui pescar com a minha esposa, em Paranacity, a cidade que hoje eu resido. Só tem um dia na semana que eu não durmo com a minha esposa. É o dia que mais me dói. Sou motorista de ônibus, mas antes disso minha vida toda foi na estrada mesmo. Eu trabalhei com bitrem, com bi caçamba, com esses caminhões modernos de hoje em dia. Não lembro um Estado no Brasil que eu não conheço. A história mais linda que aconteceu na minha vida é o seguinte: minha esposa é clarinha, mas eu chamo ela de ‘petinha’. A gente foi pra Sorriso-MT, e não tinha comprado o protetor solar. Quando à tarde eu me deparei, eu disse ‘peta, mas você tá preta mesmo, hen?’. É um momento que eu não esqueço.”
JP – LONDRINA – SETEMBRO DE 2015