“Olha, eu sou de Londrina, natural de Londrina. Tenho 74 anos. Aposentado. Sou profissional da área de pintura. Venho exercendo essa profissão há mais de 40 anos. Comecei minha vida como pintor de arte e comunicação visual. E essa parte de exposição faz parte dela também. Porque tem laço com comunicação visual.
Estou nessa cidade lutando com as dificuldades que a gente sempre encontrou. E nem sempre a vida é um lago tranquilo. Sempre tem uma reviravolta, né? E eu procuro sempre me dedicar às pessoas com o melhor que eu tenho. A gente tá nessa área lutado e vendo se consegue algum resultado né? Eu acredito que se você desejar algo bom ao próximo, o bem vira a galope.
Aqui [Avenida Theodoro Victorelli com Rua Santa Terezinha] eu encontro uma margem de população que tá no mesmo nível meu. Eles vêm e vai procurar ver coisas boas, na humildade. Meus quadros são criações pela internet. Cada quadro desse aí, ele vai mandar uma mensagem pra quem é altamente espiritualizado pra entender aquela mensagem.
Não é só chegar, e colocar uns quadros como esse aqui e dizer assim: sou um comerciante. Você tem que ter o lado diferente do comerciante. Você tá vendendo uma arte. E quem compra arte faz parte dela.
O fruto da arte, ele sempre existiu, nós que somos os descobridores dela. Você encontra arte em todo lugar onde você vê. Numa planta, numa árvore, num tronco de madeira caído no chão, numa pedra… Você encontra arte em todo local. É necessário que você tenha um desenvolvimento evoluído para entender aquilo.
Acredito que tem pessoas que podem passar aqui, e olhar isso aqui e ir comer um marmitex lá na frente. E não dar nem pelota. E tem outras pessoas que passa aqui e aquele quadro entra dentro dela. Ele leva esse quadro pra casa. Dorme com esse quadro. Fica meses e meses, até que um dia ela vem comprar.
A gente procura fazer a arte a realizar a pessoa, esse é meu ponto de vista. O comerciante visa lucros. O artista plástico visa arte. É bem diferente. Você não pode misturar uma coisa com a outra. O que vende arte, ele abrange muito mais longe. A arte é eterna. O comercio é passageiro.
O meu sonho de vida é… tá baseado nisso aqui. Eu fico feliz hoje porque alcancei essa idade graças a Deus. A velhice não é um final de vida. E sim um começo de entender as coisas. Quanto mais a gente envelhece, mas a gente amplia o espaço de visão. Acredito que o que pode estar ruim hoje, amanhã pode estar bem. O que pode ser alguma que coisa que ninguém aceita, amanhã ela pode ser compreendida. Meu nome é José Altair Montini.”
JP – LONDRINA – MAIO DE 2016