“Meu nome é João Rodrigues, tenho 73 anos. Sou de 42, vim pra cá com 17 anos, sou de Joanópolis, interior de São Paulo. Papai faleceu, meu irmão morava aqui e me trouxeram, junto com o resto da família pra cá. Eu era criança ainda, com 7 anos tive paralisia infantil, tava em cima da cama nessa época. Minha perna é encolhida ainda, sou deficiente. Até 18 anos eu fiquei parado, depois dos 18 anos eu comecei usar duas muletas. É difícil se locomover com as muletas. Não sou casado, sou pai de 7, todos daqui de São Paulo, são todos perfeitos graças a Deus. Eu lutei muito arrumei emprego pra cobrador de ônibus, trabalhei nove meses e passei a fiscal, trabalhei 26 anos, tenho vinte e seis ano de cartera. Tô correndo atrás da minha aposentadoria agora. Eu sou contador prático, eu sei trabalhar, mas não sou técnico não. Eu executo qualquer serviço de contabilidade. O meu sonho, sempre eu pensei que eu deveria aposentar pra mim ter pelo menos o pão e o leite pra mim dar uma parada, e graças a Deus eu tô conseguindo. Pra quem escutar, em primeiro lugar: temer a Deus, se não fosse Deus na minha vida eu não estaria mais aqui. Olha minha testa, a cicatriz, vou te contar, quase morri. Esse acidente eu tava num carro, eu tava no banco traseiro, eu e mais uma senhora, o carro de uma brecada, e eu bati a cabeça no ferro do banco, fui parar no hospital e fiquei 3 meses hospitalizado, mas graças a Deus, Deus me deu a vida.”

JP – SÃO PAULO – SETEMBRO DE 2015

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