“Meu nome é Jayme Ignacio Silva Portez, tenho 29 anos. Sou de Santiago, no Chile. Eu cheguei aqui na Copa do Mundo e fiquei. Trabalho aqui [na avenida Paulista], vendendo artesanato. Tamo morando na [rua] Biribiri, perto da estação Butantã, com um amigo que vende camiseta aqui também, ele é dos Estados Unidos. Mora aqui faz nove anos.
Cheguei no Brasil com a colônia dos chilenos, muita gente. Também já morei um tempo no Peru, na Bolívia. Mano, viajar é muito bom, você conhece muita coisa, troca ideia com muita gente e recupera o sentido mais simples das coisas. Fui de Santa Cruz [de la Sierra, Bolívia] até o Brasil, foi engraçado e perigoso. Vim de ônibus. 24 horas de caminho de terra, chacoalhava, eu não conseguia dormir, não tinha comida… O ônibus parou no meio da selva, porque tinha um buraco grande na carretera [estrada], e tava cheio d’água. Ficamos um tempo parados, sem conseguir sair.
Quando eu enfim cheguei aqui no Brasil a fronteira tava fechada, porque uns narcotraficantes tentaram entrar um pouco antes, e a polícia veio. A gente teve problema pra sair, pra entrar, mas chegamos ao nosso destino, Cuiabá, começo da Copa. Assisti jogo na Arena Pantanal e depois no Maracanã. O meu sonho eu ainda tô realizando, que é viajar muito e por todo lugar. Antes eu não curtia nada, via um cara como eu fazendo artesanato e pensava ‘que porra ele tá fazendo? Não toma banho nem nada’. Que história minha aqui no Brasil mais me marcou? Ah, é com uma brasileira, mas é muito longa e não quero falar sobre isso agora.”
Quando eu enfim cheguei aqui no Brasil a fronteira tava fechada, porque uns narcotraficantes tentaram entrar um pouco antes, e a polícia veio. A gente teve problema pra sair, pra entrar, mas chegamos ao nosso destino, Cuiabá, começo da Copa. Assisti jogo na Arena Pantanal e depois no Maracanã. O meu sonho eu ainda tô realizando, que é viajar muito e por todo lugar. Antes eu não curtia nada, via um cara como eu fazendo artesanato e pensava ‘que porra ele tá fazendo? Não toma banho nem nada’. Que história minha aqui no Brasil mais me marcou? Ah, é com uma brasileira, mas é muito longa e não quero falar sobre isso agora.”
JP – SÃO PAULO – AGOSTO DE 2015