No ´´Manual de Indignação Para Jovens Jornalistas“ existe um ´´alerta“, que é mais uma dica: fique sempre de olho nas colunas sociais. É lá que se encontram os criminosos de colarinho branco.
Isso vale ainda hoje, mas valia mais até 1994 (quando as redes sociais chegaram até nós). Se um jornalista investigativo queria localizar quem não queria ser, as colunas sociais eram fontes constante para localização. Hoje é mais simples, basta ´´googlar“ o nome da figura e aparece tudo sobre ele na rede.
Essa facilidade tecnológica não impediu que o jornalismo (em tempos sombrios de pós jornalismo) ficasse cada vez mais superficial. Mas isso não é culpa dos repórteres (existem ainda, a maioria fora das redações), mas sim dos herdeiros da mídia, cada vez menos interessados em informar.
Pensei nisso agora pela manhã desta quarta com cara de segunda depois de ler o noticiário. É que proeminentes senhoras, acima de qualquer suspeita e frequentadoras de colunas sociais, foram condenadas a devolver dinheiro que ´´garfaram“ da Provopar (Programa do Voluntariado do Paraná).
O crime, cometido há mais de 20 anos, mostra ainda mais: que a Justiça é caolha e tem lado. Fossem as senhoras meras ladras de galinhas, estariam esses últimos 20 anos na cadeia, não nas colunas sociais.