A Secretaria de Comunicação (Secom) do Governo Federal fez uma postagem no Twitter de que o “Governo do Brasil preza pelas liberdades dos brasileiros”, a partir de uma frase do presidente Jair Bolsonaro. “Ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina.”
Não vou falar das consequências desta postagem, como a vacina e a imunização em massa, porque o Governo Federal parte de uma premissa falsa, de uma afirmação mentirosa. O governo Bolsonaro não defende as liberdades dos brasileiros.
Se defendesse as liberdades, esse governo apoiaria: i) implantação do aborto seguro; ii) medidas que garantam o respeito à identidade de gênero e combate à LGBTfobia; iii) casamento igualitário e adoção por casais do mesmo sexo; programas para indígenas e quilombolas; entre tantas outras causas que nascem das liberdades individuais.
O governo Bolsonaro não respeita as liberdades dos brasileiros, porque i) mente, distribui informação falsa e não existe democracia efetiva com fake news; ii) ataca jornalista que faz pergunta sobre depósitos de Queiroz na conta da primeira-dama; iii) pisoteia a liberdade de imprensa e veículos de comunicação críticos.
A postagem da Secom, um órgão oficial, é oportunismo político e ideológico. O que não é exatamente uma novidade nesse governo. Defender uma ação não é defender as liberdades individuais do brasileiro, cujas garantias são muito maiores do que decidir ou não tomar uma vacina.
E o pior, o governo brasileiro alimenta, com isso, o negacionismo na ciência e na história. Isso para citar apenas duas áreas. Bolsonaro, todo mundo sabe, apoia a ditadura e defender as liberdades não é da índole de quem apoia a tortura e homenageia torturador.