Não fiquem surpresos. O caso de Jesus na goiabeira é apenas o início. No Estado Teocrático de Exceção que se iniciou em janeiro, muitos outros depoimentos virão. E, bom ressaltar, a escolha pelo estado de exceção foi nas urnas.
Agora mesmo um cronista, para defender Jesus na goiabeira, anunciou sua anunciação. Jesus apareceu em um igreja incendiada. Para salvá-lo de envenenamento.
O fenômeno não é novo. É milenar. Mas, fora a Idade Média, sempre foi tratado como a religião deve ser. Na escala privada ou das congregações.
Essa involução fundamentalista, hoje basicamente religiosa, começou lá atrás. Com a profusão de mentes “iluminadas” da autoajuda. Viraram leitura quase única de uma imensa maioria.
E surgiram os mais diversos picaretas da vida alheia. Os coach (termo em inglês para dar aparência de importância) a instruir e treinar as pessoas em todas as áreas. Até coach de prática sexual existe.
E essa maioria silenciosa e tutelada não se satisfez apenas com a tutela. Queriam mais. E tiveram. Basta ver a proliferação de igrejas pentecostais e neo nos dois grandes ramos do cristianismo. Além dos pastores milionários, o avanço da Opus Dei e dos carismáticos (católicos) estão aí para provar.
E um povo crente e que precisa de crenças se apega a tudo. Como explicar, senão pela crença cega, que um homem violente mais de 300 mulheres, por mais de trinta anos, com absoluto silêncio do seu entorno. E que surjam defensores do estuprador?
A partir de janeiro, anotem. Depoimentos sobre milagres serão publicizados como forma de poder político. O que devia ficar na escala privada das religiões irá virar propaganda de “valores”.
Nossa involução fundamentalista nos levou a isso.

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