A dor da perda de algum ente querido talvez seja uma das mais difíceis de ser suportada, ainda que todos saibamos da certeza da morte. Pensar que nunca mais veremos aquela pessoa amada é tão doloroso quanto estanho. Em meio à tanto estranhamento, daremos algumas dicas de como lidar melhor com o luto:
1- Aceite a fase de luto
É perfeitamente normal sentir-se profundamente triste, angustiado, com raiva e talvez até mesmo confuso e perdido por um período de tempo. Permita-se sentir tais emoções, chorar e aceitar todas essas manifestações internas com acolhimento. Olhar para os sentimentos é melhor do que tentar fugir deles. Dê um tempo a si mesmo.
2- Aprenda a ouvir as suas necessidades internas
Se você se sentir à vontade conversando com outras pessoas é ideal que se cerque das que lhe fazem bem. Conversar muitas vezes pode aliviar a intensidade das emoções. Caso você seja mais introspectivo e ache melhor ficar só, faça isso, mas desde que não piore o seu estado. Se perceber que ficar isolado ou em silêncio está lhe causando mais dores ou ampliando seu sofrimento, não hesite em procurar alguém para conversar ou simplesmente para abraçar. Caso não se sinta à vontade com ninguém que conheça, talvez seja melhor procurar um especialista. Se estiver muito difícil lidar com seus sentimentos, é muito recomendada uma visita a um psicólogo ou a um psiquiatra. Outra sugestão que pode ser essencial caso nenhuma dessas lhe ajude, escreva seus sentimentos, faça uma carta de despedida à pessoa que faleceu, e por fim agradeça pelo tempo que tiveram juntos. Acolha seus sentimentos com amor e paciência.
3- Saiba que o tempo cura feridas
Nada nem ninguém poderá apagar a falta que fará a pessoa que se foi. No entanto, com o tempo, sua vida terá de voltar ao habitual. Procure ajustar-se e adaptar-se à nova vida, com a falta da presença da pessoa querida. E permita com que o tempo faça o seu trabalho, dia após dia.
4- Você precisa cuidar de si mesmo
Procure imaginar como a pessoa falecida gostaria que você estivesse neste momento. Provavelmente ela gostaria de vê-te alegre, superando, e sempre se lembrando dela com muito carinho. Cuide-se por amor próprio e também por amor à pessoa que perdeu, em homenagem a ela. Levante-se, erga a cabeça e continue sua vida, procurando transformar a dor da falta em carinho pelas memórias de bons momentos vividos, os quais podem ser relembrados com alegria se você se sentir à vontade.
5- Trabalhe harmoniosamente com a sua mente para transformar emoções
Toda vez que lhe vier um sentimento de tristeza profunda ao recordar da perda, olhe para si mesmo e seja seu próprio acolhimento. Produza pensamentos de aceitação, uma vez que o fato em si não pode ser modificado. Agradeça pela oportunidade de ter conhecido tal pessoa, e busque sentir-se agraciado pelos momentos vivenciados juntos. As situações que acontecem externamente não podem ser modificadas, mas em nosso interior podemos e devemos criar transformações, para termos uma vida mais leve.
Falando das crenças…
As crenças religiosas podem trazer certo consolo ao coração entristecido pela perda. Isto porque todas elas abordam as questões existenciais e pontuam a imortalidade da alma de alguma forma. Pode ser interessante nesta fase de luto intensificar a aproximação com a religiosidade, pois isto traz também um grande conforto.
Algumas pessoas não acreditam em nenhuma forma religiosa ou não possuem crenças relacionadas aos assuntos da alma. Talvez seja um pouco mais difícil lidar com o sentimento de revolta nestes casos. É importante refletir que ainda que não haja a crença em alguma forma religiosa, a forma de pensar por si só já é uma crença, ou seja, não acreditar em nenhuma explicação da alma é também uma crença, uma opinião.
Se a sua crença lhe traz dor e sofrimento, ou se ela não lhe ajuda a se sentir melhor, seria interessante repensar e refletir, pois todo ser humano busca a felicidade e a paz, e alguns estudos sobre a alma, ainda que sejam filosóficos e não religiosos propriamente ditos, podem auxiliar e muito na transcendência de emoções que causam desconforto, principalmente quando se diz respeito à efemeridade da vida.
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