Charge do coletivo de humoristas Eameo, da Argentina.

A criatura foi concebida na não aceitação dos resultados das eleições de 2014 e no acordo para sabotar o governo recém-eleito.
A criatura foi alimentada pela incompetência do governo recém-eleito em dar respostas satisfatórias aos problemas estruturais do país.

A criatura foi nutrida por uma operação que não respeitou limites legais, atuou seletivamente e promoveu o lawfare contra adversários, protegendo aliados.
A criatura foi abrigada por instâncias superiores do Judiciário que se acumpliciou com o juiz e o procurador de piso.

A criatura foi cevada pela imprensa tradicional, porta-voz do mercado financeiro que almeja o fim do estado de bem-estar social.
A criatura foi potencializada por informações falsas distribuídas por movimentos que diziam combater a corrupção (pausa para rir).

A criatura foi fomentada com ódio de classe e ódio da própria classe, com machismo e misoginia, com racismo e preconceito, com homo e transfobia.
A criatura foi embalada por grande parte da classe média, que não suporta dividir restaurante, shopping e aeroporto com os mais pobres.

Muitos fingem surpresa, simulam espanto, disfarçam choque, mas tudo isso não passa de cena para tentar se descolar da criatura que ajudaram a dar vida.
Afinal, a criatura tornou-se maior que seus criadores porque ela representa milhões igualmente parecidos.

Compartilhar:

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here