Na tarde de quinta-feira (08/04/2018), coletivos feministas e mulheres da cidade de Londrina realizaram o ato “Nenhum retrocesso! Resistência e luta das mulheres contra os desmontes das Políticas Públicas”. A concentração foi nas proximidades do Monumento à Bíblia, localizado na avenida Souza Naves, perto do Lago Igapó. A manifestação começou a ganhar corpo por volta das 14h30. As mulheres presentes denunciaram os números alarmantes, da violência, apontados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública: 4,4 milhões de mulheres foram agredidas em 2016 e mais de 49 mil estupros foram registrados.
As origens sociais e trabalhistas do dia 8 de março foram enaltecidas. “Nós não estamos aqui para sermos parabenizadas, nem romantizar o Dia da Mulher. O 8 de março se tornou um dia de celebrar a nossa luta por direitos, que vão desde a legalização do aborto até questões trabalhistas”, apontou a estudante de Pedagogia Muriel Luvison.
A atual situação da política pública de assistência à mulher em Londrina foi um dos temas abordados. Raquel Mailan, servidora pública, criticou algumas as ações do poder público na cidade. “A Delegacia da mulher, o Centro de Referência e Atendimento à Mulher (CAM) e a Casa da Mulher são todos em lugares diferentes, o que acaba inviabilizando o acesso a essa rede de proteção”. De acordo com Mailan, a cidade tem a necessidade de uma delegacia da mulher que funcione 24 horas.
Uma jovem que preferiu não se identificar, contou que foi vítima de violência por parte do marido. De acordo com ela no momento da agressão, não soube como reagir. “Me senti muito humilhada”. Para ela a importância do movimento está “na representação da voz feminina, que precisa ser ouvida”.
O ato reuniu dezenas de mulheres. Cartazes, bandeiras, música e intervenção artística foram os instrumentos utilizados para a reivindicação de direitos e reafirmação da união. A marcha teve início por volta das 16h e seguiu em direção à Câmara Municipal de Londrina (CML). O local foi ocupado por alguns minutos, onde palavras de ordem foram direcionadas a políticos.
Texto: Jair Segundo
Edição e fotos: Bruno Amaral